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Operação policial combate tráfico de drogas e contrabando de cigarros em 10 cidades gaúchas

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A Polícia Civil, por intermédio da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas de Passo Fundo (Draco), da 6ª Delegacia de Polícia Regional do Interior (6ª DPRI), deflagrou na manhã desta quarta-feira a Operação Fim da Linha, com objetivo de combater os crimes de organização criminosa, tráfico de drogas, lavagem de dinheiro, comércio ilegal de armas de fogo e contrabando de cigarros.

Foto: Polícia Civil / Divulgação

Foram cumpridos 35 mandados de prisão preventiva e 73 mandados de busca e apreensão nas cidades de Passo Fundo, Panambi, Ijuí, Vacaria, Novo Hamburgo, Campo Bom, Estância Velha, Alvorada, Soledade e Pelotas; além do bloqueio de 62 contas bancárias. Foram apreendidas drogas, armas de fogo, veículos, dinheiro, celulares, balanças de precisão e outros objetos de interesse para investigação.

Foto: Polícia Civil / Divulgação

As investigações tiveram início no mês de abril de 2021, a partir de informações que apontavam que indivíduos, já conhecidos da polícia, como lideranças nos bairros Petrópolis e José Alexandre Zachia haviam sido “batizados por facção criminosa” oriunda da Região Metropolitana de Porto Alegre e, então, estabeleceram intensa relação comercial e territorial de ilícitos tanto em Passo Fundo, como região Norte do estado.

Foram identificados no curso do inquérito diversos traficantes locais que adquiriam drogas para revender e que prestavam contas semanalmente às lideranças dessa facção em Passo Fundo. Neste período de investigações foi apreendida pela Draco uma carga de cerca de 328.800 cigarros contrabandeados no Bairro José Alexandre Zachia. Esta carga foi avaliada em R$ 50 mil. A venda de cigarros possui lucratividade muito atraente em comparação às drogas e, em contrapartida, menor punibilidade, levando esta prática a ser adotada como meio de fomento financeiro das organizações criminosas.

Posteriormente, dois homens dessa facção foram abordados pela polícia em Passo Fundo, oriundos da Região Metropolitana, que vinham semanalmente cobrar o percentual da lucratividade ilícita que era devido às lideranças da quadrilha. Nesta ocasião foram apreendidos, além do veículo em que estavam, cerca de R$ 24 mil em espécie que estavam escondidos em um compartimento secreto no painel do carro.

Quadrilha

O alto escalão da organização criminosa coordena as operações ilegais do interior de estabelecimentos penitenciários do nosso estado, como a Cadeia Pública de Porto Alegre, a Penitenciária Modulada Estadual de Montenegro, a Penitenciária Modulada de Ijuí e o Presídio Regional de Passo Fundo.

As lideranças, tanto as encarceradas, com as de atuação local como Passo Fundo e Panambi, deliberam sobre retaliações a ações policiais ou acerto de contas com “facções” concorrentes o que eleva sobremaneira a escalada da violência, já que chacinas e execuções são comuns nesse meio criminoso.

O líder da organização criminosa na célula de Passo Fundo possui antecedentes por tráfico de drogas (local) em duas ocasiões e uma por tráfico internacional de drogas. Foi alvo de investigação pela Draco em 2019 e, após cerca de dois anos seu crescimento patrimonial, mesmo em prisão domiciliar cresceu exponencialmente. Além disso, vêm transformando o dinheiro ilícito em negócios aparentemente lícitos, como restaurantes, lanchonetes, imóveis, quadra de futebol society, em uma clássica operação de lavagem de dinheiro, porém, com o detalhe de que a maiorias dos imóveis de sua propriedade sequer possuem matrículas e/ou escrituras públicas, já que foram erguidos em área invadida da Rede Ferroviária Federal (RFFSA).

Segundo as investigações, um dos métodos de crescimento territorial da organização criminosa é “tomar cidades” e eliminar a concorrência, captando os traficantes locais para integrarem a organização criminosa, ou, caso haja resistência, eliminando-os e colocando membros da facção para assumir os pontos de vendas de drogas.

Um dos indivíduos investigados nessa operação é um traficante que cumpre pena no Presídio Regional de Passo Fundo/RS. Através das provas oriundas do material apreendido em sua cela conseguimos apontar que a movimentação mensal do tráfico gerenciado pelo detento girava em torno de R$ 400 mil; além de contatos com criminosos em liberdade envolvidos em diversos crimes como furto a estabelecimento bancário, roubo a residência, roubo de veículo e homicídio – com os boletins de ocorrência policiais correspondentes devidamente identificados.

Este investigado também possuía uma banca de jogo do bicho que coordenava de dentro de sua cela. Tamanho era seu volume de negócios que sequer tinha tempo de tomar sol no pátio do presídio, pois passava o dia todo “trabalhando”, segundo ele mesmo referiu em um dos áudios enviados para outro traficante.

A operação, que contou com apoio aéreo do helicóptero da Polícia Civil, teve participação da Brigada Militar, da Polícia Federal, da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), e das Delegacias de Polícia Regionais do Interior (DPRIs) de Passo Fundo, Palmeira das Missões, Ijuí, Vacaria, São Leopoldo, Gravataí, Soledade e Pelotas, totalizando aproximadamente 320 agentes de segurança, sendo 280 policiais civis.

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