Preencha os campos abaixo para submeter seu pedido de música:
Ouro – Nove pessoas suspeitas de integrarem o grupo que furtou R$ 497.491,52 de 11 contas bancárias de uma cooperativa de crédito de Ouro foram denunciadas pelo Ministério Público. O crime aconteceu por meio digital. O documento com a denúncia foi assinado pelo promotor Douglas Dellazari.
A denúncia do Ministério Público apresenta quatro fatos, sendo os crimes de organização criminosa, furto qualificado por 35 vezes, tentativa de furto por 34 vezes e lavagem de capitais. Quatro suspeitos estão presos.
Organização criminosa
Em data incerta, provavelmente entre o ano de 2020 e até 05 de julho de 2023, os denunciados formaram uma organização criminosa para cometer crimes como furto por fraude eletrônica e lavagem de dinheiro. Conforme o a investigação, a organização criminosa era formado por programadores, encarregados de obter contas bancárias de terceiros e laranjas.
Os programadores usavam conhecimentos de informática para fraudar os sistemas, violar a segurança e utilizar programas maliciosos para acessar dados sigilosos e valores das instituições financeiras e dos clientes.
Os laranjas recebiam o dinheiro furtado pelos criminosos com o propósito de esconder e disfarçar a origem ilegal dos valores até que chegassem nas contas bancárias dos denunciados.
Conforme o Ministério Público, nem todos os donos das contas bancárias que receberam dinheiro furtado sabiam sobre a atividade criminosa da organização ou que fosse ilegal. Os extratos bancários revelaram que as pessoas mencionadas possuíam relação com um furto na cooperativa de crédito. Foram efetuadas várias transferências bancárias pelos laranjas durante os anos 2021, 2022 e 2023, indicando atividade criminosa intensa e um vínculo entre eles.
Furto qualificado por 35 vezes
No dia 25 de maio de 2022, quatro dos denunciados fraudaram e furtaram por 35 vezes dinheiro de contas bancárias de uma cooperativa de crédito rural de Ouro. O valor foi furtado de pessoas que tinham contas no banco, inclusive idosos.
Um dos autores, através do seu IP localizado em sua residência em Ponta Grossa, no Paraná, conseguiu acessar o sistema da cooperativa através dos e-mails dos funcionários da cooperativa de crédito. Com isso, alterou os limites para pagamentos e transferências por PIX dos clientes. Infiltrado, o homem não soube como prosseguir para realizar o envio dos valores. Para conseguir furtar, ele fez contato com os comparsas.
Após o contato, os denunciados organizaram o método dos furtos. Cada um deles contribuiu para o crime, seja como hackers com habilidades em informática para as transferências bancárias, seja como angariadores de contas bancárias para receber os valores. Para se comunicarem, eles criaram um grupo de conversas no aplicativo Discord. Os homens furtaram R$ 497.491,52 e transferiram para as contas dos laranjas. Os mesmos efetuaram o furto por 35 vezes, inclusive furtando os valores das contas de idosos de 62 anos.
A descoberta de todo o plano criminoso e como eles acessaram o sistema do banco ocorreu após o Poder Judiciário de Capinzal aprovar as solicitações da Polícia Civil para verificar informações sigilosas, como registros bancários, comunicações telefônicas e digitais, incluindo o WhatsApp de vários números de telefone e e-mails, utilizados como chave PIX e de contas bancárias beneficiadas com as transferências dos valores.
Tentativa de furto por 34 vezes
No dia 07 de maio de 2022, entre 22h15 e 23h10, o denunciado que utilizava o IP localizado em sua residência em Ponta Grossa, no Paraná, tentou invadir o sistema por 34 vezes. Devido à segurança do sistema bancário, ele não conseguiu.
Apreensão de imóveis
Durante a operação de busca e apreensão no dia 25 de julho, foram localizados diversos documentos de compra e venda de imóveis, estabelecimentos comerciais e apartamento, documentos relativos veículos. Foram encontradas provas de lavagem de dinheiro, indicando aquisição de bens em nome de terceiros para esconder a origem ilícita do dinheiro proveniente de atividades criminosas.
Conforme o Ministério Público, os denunciados movimentaram um alto valor de dinheiro, inclusive a compra de imóveis e veículos à vista, demonstrando um padrão de vida incompatível com o trabalho.
O Ministério Público solicitou o sequestro de bens imóveis, sendo um apartamento em Goiânia e um imóvel que está sendo construído em um condomínio de luxo em Aparecida de Goiânia.
Busca e apreensão de veículos
O Ministério Público também solicitou a busca e apreensão de veículos, sendo uma Land Rover/Velar, com placas de São Paulo, avaliada em R$ 478.333,00. Embora uma transferência de propriedade desse veículo tenha sido realizada em 31 de outubro de 2022 para outra pessoa, informações policiais indicam que o carro ainda é considerado de propriedade de um dos denunciados. Além de um Kia/Sportage, Chevrolet/Onix e um Honda/HR-V, com placas de Goiânia.
Arquivamento dos demais suspeitos por serem laranjas
O Ministério Público propôs o arquivamento para 26 pessoas que seriam laranjas, pois não há evidência suficiente para comprovar a intenção criminosa deles.
Recebimento da denúncia
O documento com a denúncia foi encaminhado pelo Ministério Público ao Poder Judiciário de Capinzal e recebido pela juíza Mônica Fracari. De acordo com o despacho, foram autorizados a apreensão dos veículos e apartamento. Já dois imóveis, de outro denunciado, sendo um deles em Goiânia e outro em Aparecida de Goiânia que está em construção, não foram atendidos o pedido de apreensão, pois não há documentos comprovando a propriedade. O procedimento contra outros 26 acusados foram arquivados.
Fonte: Bernardo Souza/Grupo Magronada