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Os alunos do 4º ano do Ensino Fundamental da Escola Professor Itacyr Fontana, de Machadinho, embarcaram em uma jornada de descobertas ao investigar as nuances da migração em um projeto educacional abrangente. Sob a orientação atenciosa da professora Suzana, os estudantes se dedicaram a entrevistar pessoas com experiências diversas de deslocamento.
A primeira entrevista, foi realizada com uma família de “imigrantes” venezuelanos, composta por cinco membros, que recentemente se estabeleceu em Machadinho, após uma jornada repleta de desafios. Ao relatar sua trajetória, a família compartilhou os obstáculos enfrentados ao buscar melhores oportunidades em Porto Alegre, devido à crise política e econômica em sua terra natal. Suas palavras ressoaram com uma mistura de nostalgia e esperança, destacando a saudade de sua pátria, de entes queridos e das iguarias tradicionais venezuelanas, como o Pabellón Criollo. Eles foram convidados para trabalhar em Machadinho, onde agora estão bem adaptados, com amigos e todos trabalhando na área do turismo.
A segunda entrevista, foi conduzida com Ricardo Barbosa, um brasileiro natural do Acre, que optou por “emigrar” para Cuba, em busca de educação em medicina. Suas experiências desafiadoras em um país comunista, ofereceram insights fascinantes sobre as diferenças culturais e as barreiras linguísticas, enfrentadas durante seu período de estudo. Agora, trabalhando como médico em Machadinho, ele compartilhou suas saudades dos amigos cubanos e das delícias culinárias, como a carne de porco, arroz, feijão e salada de abacate, pratos ausentes na dieta cubana. Ele expressou, que em Cuba não há costume de comer carne bovina, tampouco churrasco.
O terceiro entrevistado, More Sene, compartilhou sua jornada de “imigração” do Senegal para o Brasil em busca de melhores oportunidades econômicas. Inicialmente vendendo mercadorias nas ruas, ele construiu seu próprio negócio em Machadinho, onde encontrou uma comunidade acolhedora e solidária. Apesar de sua integração bem-sucedida, ele expressou que não pensa em voltar para o seu país de origem, pois gosta muito daqui e do nosso carnaval. Relatou, que sente muita saudade de sua família e da sua comida preferida, que é arroz com peixe e mandioca.
Por fim, Douglas Faoro, que nasceu em Machadinho e cresceu em Igrejinha, antes de “emigrar” para a Irlanda, em busca de crescimento pessoal e profissional. Sua jornada de cinco anos no exterior, proporcionou insights valiosos sobre as diferenças culturais e as oportunidades econômicas, disponíveis em outros países. Ele mencionou sua saudade da família e da comida brasileira, assim como o prato “Fish and Chips”, que apreciava na Irlanda. Trabalhou na empresa de departamentos Primalk, onde era responsável por um setor. Ele destacou ainda a curiosidade, de que o esporte preferido na Irlanda é o Rugby, em contraste com o futebol no Brasil. Atualmente, ele mora em Machadinho, estabelecido com família, amigos e trabalho.
Durante o estudo e pesquisa sobre “migração”, os alunos se depararam com diversas realidades, incluindo aquelas em que a mudança ocorre por meios legais e outras, em que a fuga é motivada pela falta de segurança, ou, pelo risco iminente à vida devido a perseguições ou violações dos direitos humanos. Muitas pessoas nessas situações, buscam refúgio em outros países, incapazes ou relutantes em retornar às suas terras natais. No entanto, mesmo tendo direito à dignidade humana, os refugiados enfrentam frequentemente preconceito e condições precárias, além de dificuldades para obter documentos e terem seus direitos reconhecidos.
Diante dessas observações, a turma de estudantes, reconheceu a importância de se estar preparado, ao optar por mudar para outro país por vontade própria. Isso inclui, aprender o idioma do novo país, para facilitar a comunicação, além de buscar emprego antecipadamente ou contar com o apoio de familiares ou conhecidos. Os estudantes perceberam que vivem em uma cidade onde pessoas em busca de refúgio encontram oportunidades para trabalhar e reconstruir suas vidas, e expressaram gratidão aos entrevistados por compartilharem seus conhecimentos e experiências sobre migração. Essa reflexão despertou nos alunos uma maior compreensão sobre os desafios enfrentados pelos migrantes e a importância da solidariedade e empatia, na construção de comunidades acolhedoras e inclusivas.
Essas entrevistas revelaram a complexidade da “migração” e suas ramificações pessoais, sociais e econômicas. Ao explorar as histórias e perspectivas dos entrevistados, os alunos foram incentivados a refletir sobre as questões relacionadas à migração e a valorizar a diversidade cultural em suas próprias comunidades. Este projeto, não apenas enriqueceu o aprendizado dos alunos, mas também promoveu uma maior compreensão e empatia, em relação aos desafios enfrentados pelos migrantes, em todo o mundo.
Fonte: Rádio Club FM 96.7