O ano inicia com um cenário político bem movimentado e apresenta um ambiente de intensa polarização, que exige do eleitor brasileiro uma compreensão ampla e um momento de reflexão frente aos acontecimentos da política nacional e daqueles que a movimentam, muitas vezes, amparados em fortes extremos.

As grandes pesquisas apontam no momento, um favoritismo do ex-presidente Lula frente ao presidente Jair Bolsonaro, que mesmo em alta rejeição e com a árdua tarefa de contabilizar a perda econômica originada pela pandemia e o peso que isso representa nas urnas, sustenta um eixo sólido de apoiadores. Ainda, há de se falar no surgimento de uma terceira via, uma alternativa que vá na contramão dessa polarização entre Lula e Bolsonaro. Alguns nomes já estão surgindo, como o de João Doria, Ciro Gomes, Sérgio Moro e de outros personagens do atual cenário.

Acredito que essa será uma eleição presidencial ainda marcada pela polarização, não havendo tempo para que a terceira via ganhe a força que precisa para chegar em um segundo turno, mas será uma oportunidade de traçar os primeiros e sólidos passos, uma vez que esse tem sido um assunto que, com frequência, tem feito parte das nossas rodas de conversas.

Diante do alvoroço político, surge uma nova geração de eleitores que cresceu em meio a um dos momentos mais turbulentos da política nacional envolvendo corrupção. Esse fato tem afastado muitas pessoas do debate político, especialmente os jovens, desacreditados na força do voto e da mudança, evitando refletir sobre o assunto, e o que mais tem se ouvido é “não quero me envolver, política é sempre a mesma coisa”.

Esse efeito é preocupante. Além da juventude correr risco de ficar com falta de representatividade em suas demandas, voltando nossos olhos ao futuro, ainda podemos sofrer com a falta de novas lideranças políticas. Entendo que o momento atual pode nos levar ao afastamento político, mas acima disso, há de ser considerado um sentimento puro e sincero de democracia, que seja maior que qualquer desafio, afinal, para novos rumos é necessário que novas pessoas se envolvam e participem da política, seja como candidatos, filiados partidários ou apenas eleitores responsáveis.

Compartilhando da afirmação de Paulo Roberto Figueira Leal, vejo que votar, ou qualquer outra participação política, é uma necessidade pedagógica e social. O TRE, preocupado e pensando em facilitar e incentivar a participação jovem, lançou a campanha “Meu Primeiro Título”, que agora pode ser feito de forma on-line.

Registro o apelo a cada cidadão brasileiro, que espelha a grandeza dessa forte nação por onde vai, em especial, a cada jovem que mantém acesa a chama por um Brasil melhor, para que nesse ano participe de forma responsável no pleito eleitoral, expondo seus interesses, opiniões e demandas, colocando em prática a cidadania e contribuindo para passos cada vez mais firmes em um caminho que nos leve a uma comunidade mais justa. Que o equilíbrio permaneça e que ganhe o povo brasileiro! Mais do que nunca, merecemos um momento melhor!

Por: André Fernando Zucunelli