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APROMATE 30 ANOS – SELEÇÃO DE ERVEIRAS MATRIZES. E POR QUE NÃO?

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No ano de 1995 foi realizado um diagnóstico da produção de mudas de erva-mate na região de Machadinho, através da Apromate, da Camol, da URI – Erechim, da Embrapa Florestas e da Emater/RS-Ascar, no intuito de buscar informações sobre a produção das mudas de erva-mate na região, especialmente no grande centro produtor que era a comunidade de Espigão Alto no município de Barracão, conhecido na época como a “Meca da produção de mudas de erva-mate no Brasil.” A comercialização era feita nos Estados do RS, SC e PR. Em Machadinho existiam apenas dois viveiros: o do Caetano Fortunati e o do Ademir José Pieri, o “Nego do Manoel”.

O diagnóstico mostrou uma visão dos compradores de mudas, que optavam pelo porte grande, boa sanidade, preço acessível e que fossem produzidas por um viveirista conhecido. Poucos citaram observar o sistema radicular.

Quanto à origem da semente usada na produção das mudas, não houve uma citação sequer, no diagnóstico, por parte dos compradores. Como assim?

Surgiu então uma interrogação. Na Camol quando os produtores compravam sementes de milho, soja, feijão ou trigo, a primeira exigência era a variedade e a qualidade da semente. Para a erva-mate, isso não servia? Como funcionava? Havia necessidade de se fazer seleção de matrizes. Por que não?

Naquele período ocorria um grande fluxo de entrada de erva-mate da Argentina para o Brasil e a polêmica do açúcar estava instalada. Surgiu, então, uma interrogação. “Se a folha de sabor forte e a erva-mate da Argentina precisam de adição de açúcar para suavizar e as erveiras nativas não, porque não selecionamos erveiras que produzam mudas de erva-mate suave, sem necessidade de adição do açúcar, um produto totalmente natural?

Uma intensa campanha para seleção de erveiras matrizes foi realizada nos seis municípios que integravam a área de abrangência da Camol: Machadinho, Barracão, São José do Ouro, Cacique Doble, Santo Expedito do Sul e Tupanci do Sul.

Por total desconhecimento na época não houve preocupação com as árvores masculinas. Foram selecionadas 16 árvores femininas iniciando-se os estudos individualizados de cada uma delas. Cada matriz selecionada recebeu um nome identificando por ora, a Cooperativa Camol, a erva-mate Cambona, a Apromate, o local da coleta ou o nome do município.

As árvores selecionadas foram denominadas de: Camol, Camol 1, Camol 2, Camol 68, Camol Polar, Apromate, Apromate 1, Raído Lourenço, Cambona, Cambona 1, Cambona 2, Cambona 3, Cambona 4, Machadinho, Machadinho 1 e Machadinho 2.

Dessas árvores selecionadas, seis foram descartadas, pela dificuldade de germinação das sementes, baixo vigor vegetativo das mudas e desempenho inadequado a campo, três foram erradicadas pelos produtores, duas não confirmaram o sabor da bebida esperado, restando, portanto, apenas cinco. Dessas cinco, duas tiveram desempenho satisfatório: a Raído Lourenço e a Cambona 4.

Fonte: APROMATE (18/11/1994-18/11/2024 – Apromate 30 anos)

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